"…ficou a terna memória do homem livre e do artista, sempre solidário e leal, de valores firmes, de sonhos intangíveis que esculpia a pedra entrecortada pelo aço, como testemunho dos seus afectos e desafectos…"
Gil Cabugueira
Filho
"É da música do esculpir da pedra que também sinto notas musicais que ficaram por escrever. Sinto saudades do que outrora chamei ruídos… "
Maria Albertina "Bia"
Irmã
"Era um encanto ver o meu irmão a fazer os seus brinquedos, em madeira." (...) "...fazia também com arte, os jugos para aparelhar os seus animais. As rodas dos carros, eram os das linhas quando terminadas, que lhe oferecia a nossa vizinha costureira..."
Georgina Freire
Irmã
"...parece ter herdado o jeito e o gosto pelos trabalhos manuais e que tão bem desenvolveu na pintura e na escultura, dando forma, desde muito novo, a simples pauzinhos que apanhava na rua para as suas brincadeiras."
José Manuel Mendes Pereira
Irmão
"No trato, sempre o mesmo: meigo, atento, muito sensível e cheio de energia positiva." (...) "Bastava uma troca de olhares, para sabermos dizer: “estou aqui”. "
Andreia Rodrigues
Sobrinha
" No vinco do teu olhar
a imensidão ,
a doçura inquieta, ..."
David Rodrigues
Sobrinho
"Recordo quando vi pela primeira vez os seus quadros com pó de pedra que me impressionaram pela técnica que era ingénito e que para mim eram novos."
Susana Fonseca
Nora
"Com ele aprendi a ver melhor no espaço." (...) "A verdade é que era uma pessoa sempre pronta a ajudar. E isso é a matéria mais importante no ser humano, ajudar o próximo, sempre que consigamos."
Alexandre Castanheira
"Começa o combate connosco. A recusa inteligente da multiplicidade das nossas visões da vida por ela transmitida à pedra."
Ana Maria Jerónimo
"Recordo-o encostado à esquina do bar dos professores, bigode farfalhudo, calças surradas de veludo cotelê, cigarro na mão, bebendo a sua bica; o olhar maroto de quem observa e tudo vê; "
Anabela Mendes
"…tinha uma personalidade forte, de caracter humanista (…) muito cioso dos seus materiais e do espaço em torno do seu cavalete."
Elizabete Oliveira
"Os alunos com projectos de sua autoria (...) plenamente confiantes na orientação e competência integral de António Júlio; e felizes - fascinados, diríamos -, ao verem, com o apoio do seu saber técnico e estético, concretizadas as obras de grande porte que tinham imaginado…"
Fátima Almeida
"Ele, sempre com paciência e uma enorme assertividade, ia-nos explicando todos os processos de desenvolvimento da sua Arte, sempre duma forma que nos interessava e encantava."
Fátima Rosa
"Não. Não joguei ao pião nem saltei à corda ou à macaca com o António Júlio, mas fomos crianças. Sim, aquelas crianças adultas que trazem os sonhos pendurados nas nuvens e vão desenrolando os fios das horas longas."
Francisco Palma
"Da sua obra pressente-se uma enorme tendência para as experiências compositivas de linhas e fragmentos de feição acentuadamente antropomórfica ou evocando valores sociais, tendendo para uma abstração radical."
Fernanda Matos
" Os alunos foram o depósito do Seu saber Naturalmente um homem muito bom. Individual, amigo, companheiro de jornada. O António Júlio era assim, um homem de afectos!"
Isabel Azinhais
" Transmontano de objectivos bem delineados. Amava a justiça, sabia o que queria e não se desviava facilmente do seu caminho, podíamos contar com ele se a causa fosse justa ..."
Isabel Carvalho
"...tocava-me também pelo seu sentido cívico e de cidadania e pela sua militância política no sentido de construção de uma sociedade mais justa e igualitária e pelo seu sentido do belo. ."
João Duarte
"…Importa salientar e sublinhar, hoje, no conjunto da obra de António Júlio, uma precisa exigência plástica em termos de modernidade, de originalidade…"
Jorge Pé-Curto
""...tinha um imenso gosto de viver, talvez fosse essa a razão por que chegava sempre atrasado; usufruía cada momento até ao limite antes de partir para outra."
Jorge Prata Ribeiro
"Sempre que nos encontrávamos o seu cumprimento era…”Então! está tudo em ordem como a desordem? “
Jorge Rato
"A nossa geração de docência ajudou a construir no terreno o sistema educativo do Portugal democrático e ainda estão por escrever as páginas de elogio que merece. Fizemos parte desse processo, foi um tempo intenso no qual se forjaram grandes amizades."
Louro Artur
"A sua imagem na sombra, abre para a luz a sua mão, num gesto firme de polimento da peça. Momentos importantes em que o mistério da arte se joga entre os olhos e a mão do escultor."
Lucília Castro Figueira
"Desde logo intui que estava perante um caso sério ao nível das artes. " (...) "... foi o exemplo e a confirmação de que tudo o que vale a pena na vida exige esforço, sacrifício, rigor, verticalidade, alegria e deslumbre."
Luis Palma
"…Tinha uma característica na sua personalidade que o marcava quando alguma tomada de posição exigia firmeza: ficava em silêncio. Vincadamente em silêncio. Era um silêncio prolongado, daqueles silêncios que nos alertam para as palavras que virão a seguir…"
Luisa Campina
" - António, tu nunca precisaste de férias, pois não?
- Eu preciso sempre de esculpir! - E abanavas a cabeça negativamente, com um sorriso.
Esculpir foi e continua a ser o universo aberto de todo o teu tempo e de todo o teu espaço."
Margarida Alves
"Do corpo do escultor, transmutam-se as pedras em múltiplos corpos nascentes. Da poalha destes corpos, constitui-se a matéria da pintura. Destas pinturas-paisagens, compõe-se a corporalidade em devir."
Margarida Brum
"Sem nunca perder o traço forte da sua personalidade, ele gostava de coisas colectivas, de se se envolver nas batalhas pelo que era mais certo, de abrir as portas das salas de Desenho enquanto estavam todos a trabalhar, de sair em direcção à vida e à arte, ..."
Maria Aline
" Sempre considerei António Júlio como tendo um carácter íntegro e firme. Foi um bom amigo, muito justo e humano com vincado e genuíno sentido de humor, que manifestava sempre que com ele se dialogava. "
Maria Carrola
"O Companheiro e o Professor, que nos tempos livres era Escultor. Quando já cansado de tantas aulas, ao fim da tarde, saía da Escola e dizia: “Malta, agora vou partir pedra.”
Maria do Rosário Catita
"Falar de António Júlio transporta-me directamente para o seu atelier, o espaço onde tudo era criado, um espaço reservado e completamente protegido de olhares externos;"
Mariana Gomes
" O Professor António Júlio tinha sempre um sorriso e uma boa disposição naturais. Tratava os alunos com muito carinho e dedicação. "
Marta do Ó
"Sabia “retirar” o melhor de cada um de nós… Deixava-nos tomar posições mesmo sabendo que faríamos “asneira”, mas cada passo errado nosso, era uma oportunidade de uma lição."
Nélia Correia
"…a sua simplicidade, a sua maneira de estar, amigo de seu amigo, o espírito de ajuda, sempre pronto e disponível para socorrer aflições e dúvidas daqueles que com ele gostavam de estar, estará e continuará sempre em pensamento… "
Nuno Pinheiro
"…As suas esculturas de aço e mármore podem ser vistas como uma metáfora do próprio. Forte, robusto, mas ao mesmo tempo delicado e polido."
Nuno Silveira
""Sempre insistindo connosco numa das suas máximas, “o difícil é tornar as coisas simples “, o professor auto caricaturava-se no quadro da sala de aula, para dar o exemplo de como olhando para algo muito estilizado o identificávamos.."
Padre Casimiro
"…Na representação da Sagrada Família, António Júlio, foi audaz rompendo as formas tradicionais e misturando elementos pessoais com tradições bíblicas judaicas. As figuras de José e de Maria apresentam-se como velas, cuja luz pretende iluminar o caminho…"
Padre Daniel
" O Altar não podia ser uma mesa. O Sacrário não podia ser uma caixa. A Pia batismal não podia ser uma bacia…" (...) " Tinha consciência da importância da obra que realizava. Não descuidou nenhum pormenor…"
Paz Gomes
" O António era um homem de causas, colocando-as em primeiro lugar. Só depois vinha a sua pessoa. "
Rocha de Sousa
" … Ele concedia ao quotidiano um tempo de pensar, de reflectir, abrindo em tais pausas um espaço pronto a receber modos de pensar ou os caminhos para saudar a vida através das suas estranhas morfologias … "
Sandra Eugénio
"Fomos Amigos… Daqueles especiais. Nunca o dissemos por redundância.
Fui sempre “Sandrinha” nunca cresci e ele nunca envelheceu. Era feliz no meio dos blocos brancos, da máquina de corte e do silêncio."
Sara Cangueiro
"…Lembro-me do seu riso abafado por detrás do seu bigode farfalhudo, da sua despreocupação preocupada. Lembro-me de me debater com o caminho a seguir e de lhe pedir um conselho. "
Sérgio Gomes
"..sempre pronto a ajudar, como por exemplo, o professor ofereceu-me o meu primeiro estirador que utilizei na faculdade... ainda o tenho, nunca me esquecerei da pessoa que foi e que para mim sempre será. "