
David Rodrigues
Sobrinho
Quando penso no meu Tio Julio o que de imediato me vem à memória é um bigode farto e farfalhudo, umas mãos fortes e enormes (que revejo no meu primo Gil), uns olhos azuis bondosos e um sorriso disponível para a brincadeira.
Nas épocas festivas era o amassador da massa do folar de Páscoa e o ¨fritador¨ oficial do pastel de bacalhau entre outras coisas em que ajudava.
Depois vêem os (muitos) periquitos - quase todos os que tivemos vieram da sua criação - as esculturas de pedra e os quadros que adornavam a casa da avó (entre outros lugares) que com o tempo fui decifrando e apreciando.
Recordo quando vi pela primeira vez os seus quadros com pó de pedra que me impressionaram pela técnica que era ingénito e que para mim eram novos.
Para além da imagem do Tio ¨Artista¨, então vem o professor e o comunista convicto que nunca me tentou evangelizar, mas vi como ficou muito contente quando me viu a primeira vez na festa do Avante e fui petiscar algo no posto onde estava a ajudar.
Tenho saudades tuas, mas cada vez que te quero ver basta rever as tuas obras!
Aquele abraço