
Susana Fonseca
Nora
Ao António Júlio
Das pessoas que me fazem falta.
Das pessoas que nunca acabam.
Boa gente.
Meu amigo.
Meu explicador de Geometria Descritiva, por ele e por respeito ao tempo que despendeu a fazê-lo, lá fui fazer prova de acesso nas Belas Artes. Nota nada má para tão poucas sessões, lembro-me que também ele ficou feliz. Houvesse tempo para tudo o que queremos fazer nesta vida…
Com ele aprendi a ver melhor no espaço.
Ajudou-me no início da minha vida de Mãe, estando sempre pronto para o fazer, cuidou da sua neta Julieta nos dois primeiros anos de vida como um Avô
exemplar; como a nossa Julieta adorava dormir sestas junto ao seu querido Avô, que via muitas vezes jogos de futebol e corridas de Fórmula 1, enquanto eu e o seu filho Gil trabalhávamos horas a fio no nosso percurso audiovisual.
Para ele bastavam umas belas fatias de presunto e uma cervejinha fresca no frigorífico, enquanto aquecia as comidinhas da neta em banho maria, pois não gostava de as aquecer no micro-ondas. Engraçado…como é a vida e as pessoas que por ela passam e nos ensinam sempre; o micro-ondas foi abolido da nossa casa. Às vezes chegávamos bem tarde, mas mesmo assim, em vez de ficar por cá, lá ia ele para a outra margem, para a sua casa, para a sua amorosa esposa.
A verdade é que era uma pessoa sempre pronta a ajudar. E isso é a matéria mais importante no ser humano, ajudar o próximo, sempre que consigamos.
Partilhámos sorrisos sempre, bons petiscos e acima de tudo boa disposição.
A neta mais nova, a Emília, encontrou um Avô careca, sem pelo algum e depois ainda o viu crescer e tornar-se barbudo e branco como o Pai Natal. Também ela teve o carinhoso e amoroso Avô presente na sua vida. Resta-nos a nós fazer com que não seja esquecido; impossível seria.
Faz-nos falta, faz-nos muita falta e deixa muitas saudades.
É um enorme prazer poder dizer que António Júlio fez parte da minha vida.
Ao meu eterno amigo e sogro António Júlio.
Com carinho, amor e saudade.
A Amiga Susana