
Elsa Pinheiro
Esposa
Entre o nosso projecto de vida conjunta e a realidade dos trinta e sete anos de cumplicidade vivida, traçámos um caminho que hoje revejo com ternura, admiração e respeito não só pela pessoa, mas também pela obra a que o António Júlio deu vida enquanto artista.
Revisitando as obras e textos do António Júlio, ficou a terna memória do homem livre e do artista, sempre solidário e leal, de valores firmes, de sonhos intangíveis que esculpia a pedra, entrecortada pelo aço, como testemunho dos seus afectos e desafectos e para quem desenhar, pintar e esculpir era tão necessário quanto o respirar.
Neste percurso de memória, num encantamento de alma, amargo e doce, sinto-me responsável por dar continuidade ao legado da sua obra, tornando vivo aquilo que a lei da morte teima em condenar ao esquecimento. Mais do que uma vontade sinto que é um dever, dar a conhecer a obra de António Júlio. E nada mais justo, que imortalizar a sua obra, através da divulgação da mensagem enquanto artista intemporal.