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Maria Carrola

O ANTÓNIO JÚLIO

 

– O Homem transmontano de Chaves, com ar celta e de bigode farfalhudo.

 

– O Companheiro e o Professor, que nos tempos livres era Escultor.

Quando já cansado de tantas aulas, ao fim da tarde, saía da Escola e dizia: “ Malta, agora vou partir pedra”. Lá ia para o atelier, no Laranjeiro.

– Envolveu-se em Grandes Projectos: Começou e acabou com os Ambientais, quer ligados à Escola ( “o Tejo na Escola”, a Água berço e magia da vida”);quer ligados à Autarquia do Laranjeiro.

– Mas é na Escultura que objectivamente podemos avalia a sua obra.

Contemplem-se o altar mor, os painéis de xisto negro da Igreja da Sagrada Família em Miratejo, atente-se ao pormenor, no da Sagrada Família com o menino Jesus a jogar ao pião; a minúcia das suas obras de arte!.... A leveza sublime das suas esculturas espalhadas pelo concelho de Almada e resultantes da mistura de diferentes rochas com metais ! A perfeição com o que executava ou exigia!.... A Geometria descritiva , era a dor de cabeça dos seus alunos !....

– O Grande Amigo, que até se dava ao trabalho de assar, para os amigos de fora da Escola,(a sociedade do totoloto, Laranjeiro), um cabrito para o almoço convívio, em tantos Janeiros!

 

Recordo o António Júlio, desde o início da década de 80, quando chegou à Escola Secundária do Laranjeiro, hoje chamada Ruy Luis Gomes :

– Nos projectos multidisciplinares de Educação Ambiental a partir do Ano

Europeu do Ambiente, 86/87;

– Dos momentos em que conheceu a Elsa;

– Da camaradagem com os alunos e professores - resultando daí a serigrafia “Aglomerado familiar”, da qual me ofertou a número 6 das 25, no ano de 1988;

 

– Da preparação do projecto da nova Igreja de Miratejo, vizinha da nossa Escola e de quando ficou furioso, com a ignorância dos engenheiros, por causa da queda da estrutura do telhado;

– Do duro estudo e investigação para a elaboração do altar mor e paineis laterais;

– Da confidência dos comentários da mãe, Ana Mendes, que não acreditava e rezava para que o filho conseguisse executar aquela obra;

– Dos encontros à porta da Igreja de Corroios, para ir buscar a mãe;

– Da colaboração na montagem das exposições, na nossa Escola;

– Do ano de 2009, quando decidimos sair da Escola e da homenagem da Câmara Municipal de Almada em 2011;

– Recordo-o como cidadão activo, empenhado na autarquia do Laranjeiro, dos telefonemas que me fazia para perguntar ou tirar dúvidas dos nomes de arbustos, árvores e outras plantas endémicas da região;

 

– O António Júlio era um Homem Bom transmontano, daqueles que sempre mereceram a Capa de Honra, por saber juntar a Ética com a Estética.  Rezo por ele todos os dias, porque rezo por todos os meus amigos que já não estão entre nós.

© Luis Espada 2021

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