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Fátima Almeida

Falar do António é sempre fácil porque ele era uma pessoa extraordinária. Conheci-o ainda na década de 70 porque o seu atelier estava no prédio onde resido. Ao longo dos anos fomos estabelecendo relações de amizade no âmbito de interesses comuns, nomeadamente culturais. O meu marido sempre foi um aficionado da Numismática e, consequentemente, um ávido coleccionador, sendo que era comum trocarem medalhas referentes à actividade das juntas de freguesia locais e à Associação 25 de Abril, da qual o meu marido faz parte. No meu caso, como sempre adorei Arte, ia questionando o António sobre as suas obras e como conseguia desenvolver as suas ideias de forma a implementá-las e concretizá-las no produto final. Ele, sempre com paciência e uma enorme assertividade, ia-nos explicando todos os processos de desenvolvimento da sua arte, sempre duma forma que nos interessava e encantava.

 

O António tinha um carácter de excelência, e era um ser humano com uma grande disponibilidade para ajudar quem necessitava. Era comum vermos os seus jovens alunos no nosso prédio, alguns deles conhecidos do meu filho, que passavam muitas horas a beber os ensinamentos do mestre, impressionados pela sua arte e apaixonados pela sua personalidade agregadora.

 

Eu e o meu marido sempre frequentámos exposições culturais, e certa vez fomos à Galeria de Arte de Rúben Cunha, em Telheiras. Podemos assistir a uma excelente mostra do António, com trabalhos sensacionais em pó de pedra e algumas esculturas. Como ele não se encontrava lá naquela altura, fomos felicitá-lo mais tarde. Não esqueço a sua enorme simplicidade, apanágios dos grandes Homens, que infelizmente nem sempre são devidamente reconhecidos.

© Luis Espada 2021

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